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  • Writer's pictureClarissa Ferreira

Maya Bay: como dormir na praia mais famosa da Tailândia


Quando o sol começa a baixar na magnífica Maya Bay (Phi Phi Islands, Tailândia), é um prazer ver os turistas retornando aos seus barcos e a praia ficando cada vez mais vazia. Finalmente aquela imensidão é toda sua e de mais alguns poucos viajantes afortunados que, como você, vão poder passar a noite ali.

A ilha de Phi Phi Leh ganhou fama mundial depois que Leonardo diCaprio por ali desfilou na gravação do filme “A Praia” e, felizmente, foi protegida dentro do possível do turismo em massa. Isso porque, ao contrário de Phi Phi Don (a maior ilha do arquipélago), não existem por lá construções além de alguns banheiros e um antigo camping. Durante o dia, porém, dezenas de barcos vomitam centenas de turistas nas areias da pequena baía cercada por paredões de pedras que nascem do mar cristalino. Não é exatamente o cenário paradisíaco que o filme de Danny Boyle vendeu ao mundo!

Existe, porém, uma maneira de aproveitar Maya Bay da maneira que ela e você merecem. Uma única agência em Phi Phi tem permissão para pernoitar na ilha em um barco ancorado na baía com um grupo de aproximadamente 20 turistas. O plano é ficar na praia para ver o por do sol, jantar, mergulhar com os plânctons e voltar ao barco para dormir sob as estrelas. Começou a ficar bom, né?

Nossa noite em Maya Bay era esperada com grande expectativa, principalmente porque separamos para ela nossa virada de ano e o passeio foi reservado com antecedência, coisa rara nas nossas viagens. O barco sai de Phi Phi Don depois do almoço, faz algumas paradas para snorkeling pelo caminho e ancora em Maya Bay ao cair da tarde. Embarcadas havia mais do que as vinte pessoas prometidas, mas o alarme “programa de índio” silenciou assim que fomos avisados da grande surpresa do dia: por ser uma noite especial e o grupo, um pouco maior do que o normal, teríamos a chance de dormir na praia. Digo… “A Praia”!

A micareta nas areias de Maya Bay começa a diminuir no fim da tarde, assim pela hora do por sol não havia mais ninguém por ali além do nosso grupo. No interior da ilha, os guias começavam a preparar o churrasco e algumas meninas penduravam balões coloridos para a chegada do novo ano. Um radinho garantia a música (boa por sinal, coisa rara quando se fala em lugares muito turísticos na Ásia) e os infames baldinhos – ou bucktes para os íntimos –previam a manguaça iminente. Apesar do apelo jovem da aventura, nosso grupo era um pouco mais velho do que a média dos viajantes que desembarcam em Phi Phi nessa época do ano. Digamos que uma pessoa com mais de 25 anos pode se sentir velha por lá! Mas não nA Praia! Entre nossos companheiros de acampamento havia uma família com filhos adolescentes, casais em torno dos 30 anos e solteiros que chegariam lá em breve. Todos animados com a festa, mas com a atitude relax que o paraíso onde estávamos reunidos inspirava.

Churrasco e jantar – deliciosas opções vegetarianas inclusas – na barriga, começava a festa propriamente dita. Música, cerveja, muita conversa e até uma pequena gincana (que a princípio parecia besta, mas que o rum barato nos buckets deixou bem divertida). Como bons cariocas que somos, puxamos a contagem regressiva nas areias e ensinamos os gringos a arte de pular 7 ondinhas nos primeiros minutos do ano. Como não tem onda nem marola em Maya Bay, o paranauê brasileiro logo se transformou num grande e coletivo mergulho noturno.

Pouco a pouco o grupo ia minguando. Alguns insistiam em aproveitar o paraíso até o fim e improvisavam uma rodinha de violão enquanto outros esticavam suas esteiras para dormir um pouco antes de sermos acordados para ver o nascer do sol inaugurar o primeiro dia do ano.

O novo ano foi recebido com a melhor energia do mundo nas águas da Tailândia numa noite de lua cheia que iluminava os enormes paredões de pedra e nos lembrava do motivo de termos aceitado dar início a mais um ano longe de casa, da família e dos amigos.

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